quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"O Circo dos Sonhos", de Erin Morgenstern

Este é um livro diferente. Tem um enredo diferente. Personagens diferentes. Um tema diferente.

"O Circo dos Sonhos" conta a história do circo com o mesmo nome, que chega sem avisar e só está aberto de noite. De um momento para o outro, o circo aparece num local. Durante uns dias está lá, mas desaparece sem avisar. Ninguém sabe muito sobre ele, mas todos os que o visitam ficam maravilhados e encantados.
O circo é todo ele a preto e branco, com algumas nuances de cinzento. E é enorme. Não se fazem espectáculos comuns de circo. Tudo é mágico, diferente, etéreo, delicado. Parece um sonho.
E o circo é o palco de um duelo. O duelo entre Celia e Marco, dois mágicos, treinados desde pequenos para esta competição. Mas o que eles não sabem é como tudo o que acontece no circo e nas suas vidas influencia o jogo e como ele pode terminar. As regras não lhes são explicadas, mas o jogo está sempre em movimento e ambos tem de lutar.

Assim se pode resumir, muito resumidamente, o enredo principal da história. Muitas outras personagens e acontecimentos polvilham a história e são parte muito importante. Mas para falar em todos tinha de contar muito sobre o enredo e penso que parte da magia do livro é mesmo o descobrir por si mesmo à medida que se lê. Se contasse aqui muito mais, não ia ter o mesmo saber para quem vai ler, não ia ter a mesma magia. Porque é de magia que a escrita e a história deste livro são feitas. Todo o ambiente, as descrições, os movimentos...tudo é mágico. 


Gostei muito da história. Muito criativa e muito interessante. Não sabia muito sobre ele, só sabia que era bom. E sim, posso dizer que o é.

O enredo está muito bem construído, tudo está lá, apesar de ser um pouco confuso, por vezes. A história avança e recua, sendo uns capítulos, no início, nos anos de 1800, e noutros em 1900. Não é bem isso que causa a confusão. A confusão está em tudo. As próprias personagens sentem-se confusas em relação a muitas coisas. A questão do tempo é percebida no final: quando tudo começa. Este é um dos pontos que maior prazer me deu, porque explicou a questão das datas e dos momentos aparentemente desconexos (as partes da Celia, as partes do Marco, as partes dos jantares, as partes do Bailey). Tudo se encaixa no fim. A linha do tempo vai andando lado a lado até se juntar, em 1902. Esse é um ponto muito bom, que revela a mestria da autora e a sua ousadia e diferença.
"-Eu próprio te teria escrito, se conseguisse pôr em palavras tudo o que desejo dizer-te. Um mar de tinta seria insuficiente.

- Mas, em vez disso, construíste sonhos para mim - diz Celia, erguendo os olhos para ele. - E eu fabriquei tendas para ti que mal chegas a ver. Tenho tanto de ti à minha volta e não tenho sido capaz de te dar algo em troca que possas guardar. 

- Ainda conservo o teu xaile - lembra Marco."


Em relação às minhas preferências pelas personagens,de todas, as que mais gostei foram (por ordem de preferência): Marco, Bailey, os gémeos e Celia. Mas todas as outras são importantes para o enredo. Todos são necessários e parte fundamental do mecanismo do circo (e da história).

Em suma, este é um livro muito bom. Uma experiência nova e diferente, que vai agradar a muitos leitores!

2 comentários:

  1. UAU... Bela crítica. O livro parece ser bom e deve ser interessante. É misterioso como a "Rapariga dos Pés de Vidro"??? Se for parecido tenho de ler. Assim toda a leitura é uma ansiedade, mas boa.
    Obrigada Maria pelas tuas maravilhosas participações neste nosso blog cultural. Obrigada.

    ResponderEliminar
  2. É mais misterioso que a Rapariga dos Pés de Vidro!!! :D
    É muito fixe, cheio de mistérios e intrigas. E tem romance :D
    Acho que vais gostar mais deste, tem assim um final um bocado marado, mas é fixe :D
    De nada pah xD

    ResponderEliminar