quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Juliette Benzoni, o Regresso


Depois de uma longa ausência, regresso para constatar que não deixei a leitura, apenas abrandei. Terminei a "Estrela Azul" e digo que é espetacular. Está fora do habitual de Benzoni mas é muito bom. É mais contemporâneo e tem mais aventura. Há mais intrigas policiais e de lutas. Há também muito mistério, mortes misteriosas e coxos que desaparecem nas brumas. 
Já me encontro a meio do volume dois "Rosa de Iorque" que também está a ser igualmente bom e intenso. 



Esta coleção, Judeu da Varsóvia, conta a história de uma joia de origem religiosa que foi desmantelada e espalhada pelo mundo, daí o protagonista ir em busca das suas peças pela Europa fora.
Depois da minha cruzada em busca do volume 3, que estava esgotado em todo lado, consegui encontrá-lo numa livraria velhinha perto do Largo de Camões em Lisboa. 
São 5volumes mas pelo andar da carruagem valem a pena.

Leiam e contem,é sempre bom partilhar. 

sábado, 15 de setembro de 2012

"A Sombra do Vento", de Carlos Ruiz Zafón


Depois de muita curiosidade sobre este livro e depois de várias conversas sobre ele, decidi compra-lo e lê-lo.
Tenho a dizer, primeiro, que este é um livro muito especial, muito enigmático e muito, mas muito bom.
Não sei porque é que ainda não fizeram um filme baseado no livro, ia ficar espetacular.

"A Sombra do Vento" tem uma escrita poética e muito bonita, onde o que é dito, uma simples descrição de um ato banal, é feito de uma forma melodiosa e cheia de "sabor". A prosa é soberba, os termos e conceitos fabulosos e extremamente bem escolhidos e colocados. As frases desenham imagens, quadros, a cores. O livro é como uma grande pintura. A escrita de Carlos Ruiz Zafón assim o faz. Fabuloso!

O livro conta a história de como um livro pode ser um passo para o desconhecido, para algo tremendamente misterioso e perigoso. Daniel Sempere vive com o pai por cima da loja de livros que lhe pertence. Depois da guerra civil espanhola houve um grande surto de cólera e uma das vitimas foi a mãe de Daniel. Uma noite, quando Daniel tinha 10 anos (quase 11), o rapaz acorda a chorar por não se lembrar da cara da mãe. O pai, para o acalmar, promete-lhe mostrar algo que ele nunca viu e que é segredo. E nesse mesmo instante leva-o ao Cemitério dos Livros Esquecidos, um local misterioso que alberga todos os livros que foram esquecidos pela Humanidade. O pai diz-lhe que ele tem de escolher um livro e tornar-se seu guardião. Daniel escolhe "A Sombra do Vento", um livro que ele depressa lê e fica maravilhado. Daniel quer mais livros de Julian Carax, o escritor do livro, mas depressa fica a saber que todos os livros (poucos) que o escritor escreveu foram queimados e que alguém anda constantemente à procura de mais livros de Carax para queimar. Daniel fica intrigado e começa a perguntar-se cada vez mais sobre este misterioso escritor. Certa noite, Daniel é perseguido por um homem estranho, que tem um nome de umas das personagens do livro, que lhe propõe a compra do livro, para queimar. Daniel diz que vai à procura do livro, mas na verdade decide esconder o livro de novo do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Daniel não desiste de saber mais sobre Carax e com ajuda do seu amigo Fermín e de outras personagens, incluindo a rapariga por quem ele se apaixona, Beatriz Aguilar, irmã do seu melhor amigo Tomás Aguilar, Daniel vai viver uma verdadeira aventura em busca da verdadeira história de Julian Carax e daqueles que viveram perto dele. O que Daniel não sabia era que se estava a meter em águas muito profundas, em assuntos meio-escondidos e em mistérios que se pretendia estarem para sempre esquecidos. Daniel entra numa aventura que pode custar-lhe muito caro.

"Distingui o horror no seu olhar, sem compreender. Vi que poisava a mão no meu peito e perguntei a mim mesmo o que era aquele líquido fumegante que brotava entre os seus dedos"

Uma história de suspense, mistério, intriga e amor. Um história extremamente bem contada e com personagens inesquecíveis, cujo final é uma reviravolta bastante ardilosa.

Tenho de agradecer à Rita Ribeiro, que me disse que os livros de Zafón são maravilhosos :)

Excelente livro, sem dúvida um dos meus favoritos! :)

Marie, a Duquesa das Intrigas


Mais uma vez chego ao fim de um livro de Juliette Benzoni e não tenho o segundo para continuar. A história fica pendente. Parece que nunca mais aprendo. 
Este volume fala de Marie, uma duquesa francesa influente na corte que fica viúva. Ao ficar viúva e por o Rei amá-la em segredo, manda-a para o exílio e expulsa-a da corte da rainha Ana de Áustria. Não satisfeita com esta sentença, Maria usa de todas as suas armas para poder voltar ao ativo e assim o consegue. 
Muitas peripécias se passam e algumas conspirações contra o Rei. O livro termina com um novo exílio da Duquesa mas a viagem para o desterro é interrompida por dois cavaleiros mascarados. E fiquei sem saber o que aconteceu a Marie, porque o livro termina assim.   Com a quantidade de volumes que já li de Benzoni já devia ter aprendido a lição, trazer sempre o próximo volume na bagagem. O pior é que ainda não o tenho...

Mais um bom romance histórico para ser lido. Aproveitem e boas leituras...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Uma leitura complicada...


Depois de 185 páginas chego à conclusão que não percebo nada do que li nem do que estou a ler. É triste mas é verdade. O meu intelecto não consegue acompanhar a velocidade da história. Sim, porque todo o livro é uma história. Este livro conta a história de uma ou duas pessoas, é isso que está a tentar descobrir. O narrados, que também é a personagem principal, não sabe se é uma pessoa ou outra. Ele vive entre dois mundo com momentos, episódios e histórias que se entrelaçam e confundem (e bastante) o leitor. Talvez mais tarde, na minha vida, consiga retomar esta leitura. Neste momento, como diz uma amiga, "não vai dar". o Estranho é que até gosto do mistério do livro, mas a confusão é tanta que já não sei a quantas ando. Umberto Eco é mesmo assim. 
É com muita tristeza minha que declaro que fui derrotada por um livro. 


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"O Circo dos Sonhos", de Erin Morgenstern

Este é um livro diferente. Tem um enredo diferente. Personagens diferentes. Um tema diferente.

"O Circo dos Sonhos" conta a história do circo com o mesmo nome, que chega sem avisar e só está aberto de noite. De um momento para o outro, o circo aparece num local. Durante uns dias está lá, mas desaparece sem avisar. Ninguém sabe muito sobre ele, mas todos os que o visitam ficam maravilhados e encantados.
O circo é todo ele a preto e branco, com algumas nuances de cinzento. E é enorme. Não se fazem espectáculos comuns de circo. Tudo é mágico, diferente, etéreo, delicado. Parece um sonho.
E o circo é o palco de um duelo. O duelo entre Celia e Marco, dois mágicos, treinados desde pequenos para esta competição. Mas o que eles não sabem é como tudo o que acontece no circo e nas suas vidas influencia o jogo e como ele pode terminar. As regras não lhes são explicadas, mas o jogo está sempre em movimento e ambos tem de lutar.

Assim se pode resumir, muito resumidamente, o enredo principal da história. Muitas outras personagens e acontecimentos polvilham a história e são parte muito importante. Mas para falar em todos tinha de contar muito sobre o enredo e penso que parte da magia do livro é mesmo o descobrir por si mesmo à medida que se lê. Se contasse aqui muito mais, não ia ter o mesmo saber para quem vai ler, não ia ter a mesma magia. Porque é de magia que a escrita e a história deste livro são feitas. Todo o ambiente, as descrições, os movimentos...tudo é mágico. 


Gostei muito da história. Muito criativa e muito interessante. Não sabia muito sobre ele, só sabia que era bom. E sim, posso dizer que o é.

O enredo está muito bem construído, tudo está lá, apesar de ser um pouco confuso, por vezes. A história avança e recua, sendo uns capítulos, no início, nos anos de 1800, e noutros em 1900. Não é bem isso que causa a confusão. A confusão está em tudo. As próprias personagens sentem-se confusas em relação a muitas coisas. A questão do tempo é percebida no final: quando tudo começa. Este é um dos pontos que maior prazer me deu, porque explicou a questão das datas e dos momentos aparentemente desconexos (as partes da Celia, as partes do Marco, as partes dos jantares, as partes do Bailey). Tudo se encaixa no fim. A linha do tempo vai andando lado a lado até se juntar, em 1902. Esse é um ponto muito bom, que revela a mestria da autora e a sua ousadia e diferença.
"-Eu próprio te teria escrito, se conseguisse pôr em palavras tudo o que desejo dizer-te. Um mar de tinta seria insuficiente.

- Mas, em vez disso, construíste sonhos para mim - diz Celia, erguendo os olhos para ele. - E eu fabriquei tendas para ti que mal chegas a ver. Tenho tanto de ti à minha volta e não tenho sido capaz de te dar algo em troca que possas guardar. 

- Ainda conservo o teu xaile - lembra Marco."


Em relação às minhas preferências pelas personagens,de todas, as que mais gostei foram (por ordem de preferência): Marco, Bailey, os gémeos e Celia. Mas todas as outras são importantes para o enredo. Todos são necessários e parte fundamental do mecanismo do circo (e da história).

Em suma, este é um livro muito bom. Uma experiência nova e diferente, que vai agradar a muitos leitores!

sábado, 11 de agosto de 2012

"A Volta ao Mundo em 80 Dias" de Júlio Verne

A minha primeira leitura das obras de Júlio Verne!
Sempre tive curiosidade sobre este autor devido ao cariz fantástico das suas obras, que são clássicos.

Esta história é outra daquelas que eu tinha mais ou menos conhecimento: via os desenhos animados do Willy Fogg. Provavelmente a história não deve ser exatamente igual, mas pelo menos as personagens acho que sim.

E por isso mesmo decidi iniciar a leitura de livros de Júlio Verne por um que eu, mais ou menos, já conhecia alguma coisa. Escolhi este. E acho que fiz uma boa escolha.
O livro conta as aventuras de Phileas Fogg, um gentleman inglês, que depois de apostar com os seus colegas do Reform Club de que era  capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, parte rumo ao desconhecido, sempre com uma grande serenidade. Leva consigo o seu criado, o senhor Passepartout. Mas, devido a um roubo de muito mas muito dinheiro, no banco de Londres, começa-se a especular se Fogg não foi o ladrão (o retrato do ladrão condiz com o de Fogg) e Fix, um inspetor da policia, parte à aventura atrás de Fogg e do seu criado. Pelo caminho vão encontrando outras personagens interessantes e muitas aventuras.

Gosto muito da forma como está escrito: estabelece-se um "diálogo" entre o narrador e o leitor, através da forma da escrita e dos vocábulos e expressões utilizados.
As personagens também são muito interessantes, misteriosas (em especial o Phileas Fogg), bem como todo o enredo. Muitas aventuras, suspense, divertimentos, perigos, enfim, muitas peripécias que fazem deste livro uma excelente obra! 
Recomendo! :)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"A História Interminável", de Michael Ende

"Querias ser capaz de amar, para poderes voltar para o teu mundo. Amar...é muito fácil dizê-lo! As Águas da Vida vão perguntar-te: quem? Não se pode amar simplesmente, em geral, e de qualquer maneira. Mas tu esqueceste tudo excepto o teu nome."
 

Desde muito nova que ouvia falar desta história. Via os desenhos animados ou algo do género (não era o filme) num dos canais de tv de desenhos animados, provavelmente no Canal Panda, e não fazia ideia que era baseado num livro.
Mais tarde conheci a música e vi que havia um filme, mas ainda não sabia que todos se baseavam no livro.

Até que descobri.

E decidi, um dia, lê-lo. E assim foi.
Há alguns meses comprei-o, mas só a semana passada lhe peguei.
Não é um livro que se leia depressa, como tantos outros. Não é um livro que tenha achado fácil de ler. No inicio não estava a compreender este meu sentimento em relação ao livro.
Mas com a continuação da leitura compreendi.
A história é muito bonita para se ler depressa; a história tem vários significados implícitos; a história é um hino ao Amor e à Amizade e à acreditar em nós mesmos, em gostarmos daquilo que somos.
Esta história tem uma mensagem demasiado bonita para ser entranhada de um momento para o outro. É preciso tempo para "degustar", é preciso tempo para compreender toda a mensagem.

Gostei muito do livro.

Este livro conta a história de uma História. Conta a história de Fantasia, um "reino sem fronteiras", onde o Homem pode ir e voltar (se conseguir). Fantasia é uma História, uma História Interminável. Uma História onde reina a imaginação. A figura superior de Fantasia é a Imperatriz Criança, uma rapariga, aparentemente criança, mas com uma idade imensa, e uma sabedoria muito grande. Ela não faz distinção entre o "Bem" e o "Mal" e ninguém, de Fantasia, se atreve a fazer-lhe mal. É amada por todos, respeitada.
Mas Fantasia começa a "desaparecer", do nada, no Nada. E a Imperatriz Criança adoece com uma doença mortal relacionada com o Nada. Então decide (depois de outros acontecimentos) mandar um "mensageiro", um "herói" para descobrir a cura para a sua doença. Escolhe um jovem rapaz chamado Atreiú para esse papel e manda que lhe entreguem o seu "Signo", AURIN, a "Jóia" (uma jóia que confere a quem a usa os poderes da Imperatriz Criança).
Este é o inicio da história que Bastian, o rapazinho que encontra e rouba o livro "A História Interminável" de uma loja de livros, começa a ler no livro que roubou. Mas nem tudo é o que parece e, mais cedo ou mais tarde, Bastian apercebe-se de que aquele livro não é o que parece. Não é um mero livro. É um livro mágico.


Com personagens majestosas, paisagens magistrais, culturas incrivelmente diferentes e um enredo completamente alucinante e diferente (de outros que tenha lido), este livro é uma obra de arte.
Recomendo a todos!!! 
"Pois sabia-o agora: havia no mundo muitos milhares de formas de alegria, mas no fundo todas são uma única: a alegria de poder amar. Tudo se resumia a isto."